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quarta-feira, 14 de abril de 2010

A 15 de Abril de 1902, nasceu Fernando Pessa

Primeiros anos e juventude
Fernando Luís de Oliveira Pessa, o jornalista mais velho do mundo, nasceu a 15 de Abril de 1902 em Aveiro, na freguesia de Vera Cruz, apresentando-se, por isso, como “cagaréu”.
A mãe, a personalidade que mais o influenciou durante a infância, era natural de São Tomé. Fernando Pessa costumava referir que a ela devia o seu feitio. O pai era médico militar mas, devido à falta de dinheiro, pediu licença do exército e partiu para São Tomé e Príncipe, deixando a mulher e os três filhos em Portugal.
Em Aveiro, Pessa viveu até aos dois anos. Foi em Penela, vila situada entre Espinhal e Coimbra, que o jornalista recebeu a instrução primária. O exame da 4ª classe foi feito em Coimbra, em 1911. Pessa viveu na cidade do Mondego até 1921.
Concluídos os estudos secundários, Pessa tentou concretizar um sonho de infância: o ingresso na carreira militar como oficial de Cavalaria. Porém, o Governo havia cancelado as admissões à Escola de Guerra, gorando, assim, o projecto do jovem aveirense.
Antes de embarcar na carreira jornalística, Pessa trabalhou numa companhia de seguros e num banco, onde esteve pouco tempo. Em 1926, foi trabalhar numa seguradora no Brasil, tendo regressado oito anos mais tarde.
Foi em Londres que conheceu a sua esposa, Simone Alice Roufier, uma brasileira de ascendência inglesa e norte-americana. Casou-se em 1947, quando regressou a Portugal.


Nasce um jornalista
Em 1934, formalizou a candidatura aos quadros da Emissora Nacional, tendo ficado classificado em segundo lugar e, como gostava de sublinhar, “sem cunhas”. Iniciou, assim, uma carreira que nunca tinha pensado seguir.

Com uma semana de rádio, Pessa fez a sua primeira reportagem: a cobertura de um festival de acrobacia área na antiga Porcalhota, actual Amadora.
 
 
Após quatro anos de Emissora Nacional, o jornalista foi convidado para trabalhar na BBC, em Londres, onde se profissionalizou e deixou “de andar às apalpadelas”. Aí, Fernando Pessa notabilizou-se como correspondente durante a Segunda Guerra Mundial.
A censura e a restrição das liberdades civis praticadas pelo regime de António de Oliveira Salazar acabaram por contribuir para o crescendo de popularidade das transmissões em português da BBC.
No regresso a Lisboa, em 1947, Pessa viu a sua reentrada na Emissora Nacional vedada por influência do regime, sendo forçado a voltar ao ramo dos seguros. Participou em dobragens de filmes e documentários, nomeadamente O Último Temporal - Cheias do Tejo e Portugal já faz automóveis, do cineasta Manoel de Oliveira.

O “primeiro boneco na TV”
A passagem para o “fervilhante mundo televisivo” dá-se a 7 de Março de 1957.
 
 
A notoriedade alcançada enquanto repórter de guerra na emissora radiofónica britânica garantiu-lhe o passaporte para abrir a primeira emissão em directo da RTP, produzida na Feira Popular de Lisboa. Na primeira emissão da estação pública portuguesa, Fernando Pessa contou com a colaboração de Maria Helena Varela Santos, Vera Lagoa, Nuno Fradique, Jorge Alves, Lança Moreira, Alberto Ribeiro e Raul Ferrão, entre outros.


O jornalista entrou para os quadros da RTP a 1 de Janeiro de 1976, com 74 anos.
A célebre expressão “E esta, hein?” marcou a sua carreira como repórter televisivo. A expressão surgiu como substituto dos palavrões que tinha vontade de dizer quando denunciava situações menos agradáveis do quotidiano do país.
Reformou-se em 1995, com 93 anos de idade.
Fernando Pessa faleceu segunda-feira, 29 de Abril de 2002, no Hospital Cury Cabral, em Lisboa, poucos dias depois de completar 100 anos.

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