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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Regresso do exilio de Lenine, 16 de Abril de 1917

Na singular carreira de Lenine um dos momentos mais extraordinários
foi o seu regresso a Petrogrado após anos de exílio. Ele não se deixou
contagiar pelo entusiasmo generalizado criado pela vitória sobre o
czarismo. Não estava disposto a parar, mas ansioso por seguir em frente.
Logo na estação de comboio anunciou as suas famosas Teses de Abril. O
essencial era que os bolcheviques não deviam apoiar a ordem política
existente, mas começar imediatamente a trabalhar para derrubar o
governo, que Lenine considerava porta-voz da burguesia. Todas as suas
exigências concretas – todo o poder aos sovietes, a nacionalização da
terra, o controlo operário da indústria, o fim imediato da guerra – baseavam-
se no pressuposto de que, contrariamente à análise marxista, o país
não precisava de um período prolongado de desenvolvimento capitalista
mas que estava pronto para passar imediatamente à revolução
socialista.
Em Abril de 1917, o radicalismo deste programa era assombroso. Os
sovietes, aos quais Lenine queria dar o poder, pertenciam aos seus inimigos
políticos: os bolcheviques constituíam apenas pequenas minorias nos
importantes sovietes do país. No que dizia respeito à guerra, embora a
ideia da continuação dos combates fosse cada vez mais impopular, é
pouco provável que a maioria estivesse disposta a aceitar a paz a qualquer
preço. A animosidade contra os Alemães era ainda profunda. Não obstante,
em poucas semanas Lenine conseguiu ganhar o apoio do seu partido.
No final de Abril, o Comité Central aprovou uma série de resoluções
no espírito do seu novo radicalismo. A seguir, Lenine conquistou o apoio
de importantes líderes socialistas até então não identificados com os
bolcheviques.

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