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segunda-feira, 10 de maio de 2010

A 10 de Maio de 1899 nasceu, Artur Paredes


Artur Paredes

        Artur Paredes foi um guitarrista genial, “o génio revolucionário da guitarra coimbrã”.
        Muitos julgarão que a guitarra de Coimbra tenha começado com ele, mas não é bem assim. Seu pai - Gonçalo Paredes, que se formou na Universidade em 1912, e seu tio, Manuel Paredes - foram seus antecessores na arte difícil de tocar guitarra.
        Artur Paredes foi, assim, o continuador de uma tradição familiar. Tradição familiar, aliás, cujo testemunho passou a seu filho - Carlos Paredes - outro genial guitarrista.
        Segundo Nélson Correia Borges “Artur Paredes foi o grande fenómeno da guitarra de Coimbra, afastou-a definitivamente da sua irmã de Lisboa, introduzindo-lhe características que melhor se coadunavam com o estilo coimbrão, designadamente o formato da caixa harmónica. Desenvolveu uma técnica insuperável de que foi herdeiro seu filho Carlos Paredes. Introduziu nas suas “variações” a música popular, com predominância da música “futrica” de Coimbra, com extraordinário virtuosismo. Ninguém como ele toca a “Balada de Coimbra”, que passou a encerrar todas as serenatas. Paredes nunca cursou a Universidade, embora a Acedemia o considerasse como membro seu.
        De sua profissão “empregado bancário”, Artur Paredes participou em muitos Saraus da Tuna e do Orfeon, até ir residir para Lisboa em 1934. Em Agosto e Setembro de 1925, Artur Paredes deslocou-se ao Brasil, como “artista adjunto” da Tuna Académica.
        Mas, para que todos os astros se conjugassem para produzir a “geração de oiro” do Fado de Coimbra, Artur Paredes foi contemporâneo de cantores e autores como Edmundo Bettencourt, António Menano, Paradela de Oliveira, Lucas Junot e Armando Goes.
        Artur Paredes, como já foi referido, não se limitou a ser um genial guitarrista e um excelente compositor - ele deu à guitarra coimbrã novas sonoridades, através de uma investigação persistente e sistemática, apoiada por uma outra geração de grandes artistas da construção de guitarras, a família Grácio.
        Sobretudo com Edmundo Bettencourt (que, segundo Luis Goes, Paredes preferia a qualquer dos outros cantores da sua geração), Artur Paredes teve intensa colaboração, aliás registada em discos admiráveis, embora gravados com as condições técnicas disponíveis nos anos 20 e 30.
        É que, Artur Paredes, não só reinventou e renovou a guitarra coimbrã, não só criou admiráveis composições, como também reconstruiu a arte de acompanhar as vozes dos cantores, de forma sublime. Os seus acompanhantes, as introduções aos fados, a dinâmica, o clima, as atmosferas musicais com que envolvia o apoio instrumental às vozes dos cantores, constituíram uma extraordinária mais-valia, que aliás fez escola em guitarristas que lhe sucederam, como foi o caso de António Brojo e António Portugal.
        Para além de todo este virtuosismo, Artur Paredes não gostava de repartir ou partilhar a sua arte com mais ninguém, mesmo que se tratasse de seu filho Carlos Paredes, à altura já também outro genial guitarrista.

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