D. Teodósio, primeiro filho de D. João IV e de D. Luísa de Gusmão, teve ao longo da sua curta vida uma formação vocacionada para que pudesse um dia assumir o trono do Império. Encarregado da sua formação ficou o jesuíta Padre António Vieira, que viria a exercer uma forte influência no jovem. Curioso, parece-nos também o facto do herdeiro do trono ter sido formado e criado com D. Luís de Meneses – IIIº Duque da Ericeira.
A vida, traiu-lhe esse destino, e com 19 anos havia de falecer a 15 de Março de 1653. Porém, teve ao longo da vida momentos de grande relevo.
Destacamos desde logo o facto de ser o primeiro príncipe herdeiro do Brasil (1645), IXº Duque de Bragança, razões já por si suficientes para se tornar um dos homens mais poderosos e cobiçados das coroas europeias. Assim, D. Teodósio não foi excepção, numa altura em que os casamentos reais selavam um laço entre dois seres, selavam também a aliança entre duas coroas.
No seu rasto, encontravam-se as princesas das mais importantes dinastias europeias, realce-se o caso das diligências efectuadas por D. Luís Pereira de Castro junto da Duquesa de Monpensier a 23 de Março de 1643, à coroa Inglesa a 06 de Abril, as viagens secretas de Padre António Vieira à coroa de Luís XIII em França e por fim à coroa Espanhola que via toda a conveniência do casamento do infante D. Teodósio com a infanta D. Maria Teresa, filha de D. Filipe IV com o pretexto de findar em glória a guerra que se travava entre as duas nações.
Neste caso, muitos eram os portugueses que não viam com bons olhos o casamento entre os dois infantes, na medida em que poucos anos haviam passado do domínio Filipino e por isso a rivalidade ainda estava muito presente.
Contrário a este acordo encontrava-se também o Padre António Vieira, que alvitrava a ideia do “Encoberto” ser então o D. Teodósio. Ideia mítica que se encontra na base do Sebastianismo, e revelava para o país o Messias da mudança.
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