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segunda-feira, 24 de maio de 2010

A 25 de Maio de 1521, Lutero era condenado através do Édito de Worms


A 25 de Maio de 1521, Lutero era condenado num processo que se revelou um ponto de viragem para o Cristianismo ocidental.

A Europa preparava-se para entrar em força na fase turbulenta da reforma e da contra-reforma. De entre os críticos a Roma, destacava-se um monge chamado Martinho Lutero, autor das polémicas 95 teses, condenadas pelo Papa. 
A 25 de Maio o Imperador Carlos V convoca uma assembleia-geral dos Estados Imperiais do Império Sacro Romano em Worms, hoje território alemão. Lutero foi convocado, tendo-lhe sido dada uma última oportunidade para se retratar das suas posições heréticas.  
A resposta ficou para a história: “A menos que eu seja convencido pelas Escrituras e pela razão pura e já que não aceito a autoridade do Papa e dos concílios, pois eles se contradizem mutuamente, minha consciência é cativa da Palavra de Deus. Eu não posso e não vou me retractar de nada, pois não é seguro, nem certo, ir contra a consciência. Deus me ajude. Ámen”.  
Momento de viragem  
“Worms é um momento importante de viragem. A partir dessa altura, o caminho é cada vez mais de separação”, afirma Dimas de Almeida, pastor da Igreja Presbiteriana, que encontra as suas raízes no pensamento de Lutero.  
O pastor protestante acredita que Lutero queria reformar a Igreja por dentro: “Qualquer pessoa sabe que a situação da Igreja, naquele tempo, era deplorável, mas Lutero queria manter-se dentro da Igreja. As circunstâncias é que o empurraram para fora dela”. O cisma talvez fosse evitável, caso a Igreja tivesse convocado um concílio, como Lutero tinha pedido insistentemente. Mas esta era uma hipótese remota, segundo o Padre Peter Stilwell: “Roma estava longe de perceber a gravidade da situação e, portanto, não teria convocado um concílio; até porque uma discussão teológica relativamente recente sobre a primazia dos concílios ou dos papas tinha levado Roma a encarar com desconfiança essa forma tradicional de resolver as tensões internas”. 
Para o director da Faculdade de Teologia da Universidade Católica de Lisboa, mesmo que a situação de Lutero se tivesse resolvido, o problema de fundo mantinha-se: “Havia um mal-estar geral, no Centro e Norte da Europa, com a exuberância da Roma renascentista e com o protagonismo dos papas na política, na guerra e no patrocínio das artes.
Acrescente-se a questão das indulgências, bem como o fortalecimento de uma burguesia que não morria de amores pela dupla tutela do Imperador e do Papa, e temos um contexto explosivo em que a rebeldia de Lutero funcionou como rastilho que faltava”, considera. “É provável que, se não tivesse sido Lutero, outra figura teria servido de catalisador da ruptura protestante”.

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