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segunda-feira, 3 de maio de 2010

A 4 de Maio de 1980, morreu Josip Broz Tito


Josip Broz Tito
1892-1980



Josip Tito nasceu em Kumrorec, em território do Império Austro-Húngaro, hoje Croácia, no ano de 1892. Filho de Franjo Broz, croata, e de Marija JaverŠek, eslovena, foi educado num meio religioso cristão católico.

De curta duração foram os seus estudos primários. Em 1905 já tinha abandonado a escola e em 1907 estava já a trabalhar como aprendiz de maquinista em Sisak. Aqui terá tido o primeiro contacto com o movimento operário e em 1910 junta-se à União dos Metalúrgicos e ao Partido Social-Democrático. Trabalha por curtos períodos em vários locais na Eslovénia, Bohémia, Munique, Mannheim (fábrica da Benz) e em Viena, onde é pilotos de testes da Daimler.
Em 1913 é mobilizado para o exército Austro-Húngaro e em Maio de 1914 ganha mesmo uma medalha de prata numa competição do exército em Budapeste. No início da Guerra, Tito foi enviado para Roma onde é preso por propaganda anti guerra.

Em 1915 está a combater na frente russa onde é ferido em combate e capturado pelos russos. Depois de passar alguns meses no hospital é internado num campo de trabalho nos Urais. Foge vai para S.Petersburg e chega a entrar na Finlândia onde é capturado pela polícia. Escapa de novo e alista-se no Exército Vermelho em Omsk na Sibéria. Em 1918 é membro do Partido Comunista Russo. 

No ano de 1920 torna-se membro do clandestino Partido Comunista da Jugoslávia. Em 1934 torna-se membro do Comité Central do Partido localizado em Viena de Áustria e adopta o nome de código “Tito”.
Em Abril de 1941 as tropas nazis invadem a Jugoslávia e o Partido Comunista organiza o movimento de resistência. Tito era o mais importante líder do Conselho Nacional Anti-Fascista da Jugoslávia e em 1943, ainda sob ocupação alemã, Tito proclama o governo provisório democrático da Jugoslávia. Em várias ocasiões esteve para ser capturado sendo uma vez salvo pelo seu leal cão que se sacrificou por ele. Este governo tornar-se-ia o embrião do futuro governo após o fim da guerra.
Após a conferência de Yalta em Fevereiro de 1945, Tito consolida o seu governo eliminando do seu seio todos os não comunistas. Em Novembro do mesmo ano, sob a sua orientação uma nova constituição é aprovada. Organiza um novo exército e uma nova e leal polícia (UDBA). A UDBA prende e executa numerosos colaboradores dos nazis, padres católicos, não comunistas e comunistas que se lhe opuseram. Em Abril de 1945 Tito assina um acordo com Stalin que permitiu a entrada temporária das tropas soviéticas no território da Jugoslávia.

Em Novembro de 1945, e após eleições, Tito torna-se primeiro ministro e Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Em 1948, Tito é o primeiro líder comunista a desafiar a liderança de Stalin no Cominform tendo sido expulso desta organização comunista em 1948. As relações com Stalin e todo o bloco soviético tornam-se frias e distantes e Tito experimenta um novo tipo de socialismo independente mais condizente com a realidade social e política daquela retalhada zona. Em 1963 o país muda o nome para Republica Socialista Federal da Jugoslávia.

Em 1961, sob a liderança de Tito com Gamal Abel Nasser e Jawaharlal Nerhu, é criado o Movimento dos Não Alinhados que pretendeu ser um ponto de equilíbrio entre o bloco soviético e o ocidente, representando os interesses daqueles países que não se reviam num ou noutro bloco.
A Jugoslávia nos anos 60 e 70 adquiriu alguns dos modelos ocidentais, tais como um modelo novo de socialismo de mercado, alguma liberdade de circulação para o exterior e a entrada de capitais que suportavam a economia. Estabeleceu mesmo uma activa colaboração com a NATO. Com estes meios foi possível dar um nível de vida superior às populações relativamente ao das outras nações do bloco de leste. 

Uma unidade entre os vários povos que constituíam a Jugoslávia foi possível pela repressão de todo e qualquer surgimento de nacionalismo. Tito tentou sempre um equilíbrio entre as seis repúblicas e as duas regiões autónomas (Kosovo e Vojvodina).

Em Maio de 1974, com uma nova constituição, Josip Broz Tito passa a Presidente vitalício.
Em 4 de Maio de 1980, três dias após ter completado 88 anos, morre tendo estado presente no seu funeral políticos de todos os quadrantes para lhe render as derradeiras homenagens.
Após a sua morte divisões étnicas deram origem aos mais sangrentos combates e massacres nunca vistos no ocidente depois da segunda grande Guerra de que resultou o desmembramento da Jugoslávia. 

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