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segunda-feira, 3 de maio de 2010

A assembleia dos ratos


A assembleia dos ratos

Certa colónia de ratos
Com enorme medo vivia
Por causa de um gato pardo
Que um a um todos comia.

Se algum deles o focinho
Fora da toca colocava
Estendendo as suas garras
No seu bucho o sepultava.

As ratazanas mais fortes
Nem essas queriam sair
E os famintos animais
Já se viam sucumbir.

Certa noite em que o gato
Versos de amor entoava
O rato mais sapiente
Seus congéneres convocava.

Em assembleia solene
O grupo se reunia
Com enorme discrição
No escuro da rataria.


E cada um dos presentes
Grandes ideias trazia
Num profundo entusiasmo
O conselho as discutia.

Por serem ineficientes
Ou difícil a execução
A noite já avançava
Sem haver deliberação.

Esquecendo o vil verdugo
Já cochilavam cansados
Algum deles buscaria
Solução para os estragos.

Então o mais lesto e jovem
De entre eles se levantou
E tomando um ar solene
A todos assim falou:

-Nós podemos estou certo
Suas ofensas sanar
Pois basta um pequeno guizo
Ao seu pescoço colocar.

Será seu próprio inimigo
Algoz o seu caminhar
E onde quer que este esteja
Facil será escapar.
Já todos batiam palmas
Suspirando aliviados
É que tal resolução
Deixou-os extasiados.

Foi então que um velho rato
Que no canto tudo ouviu
Percebendo a insensatez
A vez para falar pediu.

- O plano é inteligente
Sei que iria resultar
Mas resta agora achar
Quem vá o guizo colocar.

- Não sei dar laços - diz um
-Eu ainda muito menos
-Eu não vou que cambaleio
-E eu tenho filhos pequenos.

Assim a nobre assembleia
Em grande consternação
Se viu logo dissolvida
Por falta de execução.

Todos sabem todos dizem
Quando é para deliberar
Mas todos logo se vão
Quando é para executar.

Enviada por email de Maria Almeida

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