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terça-feira, 4 de maio de 2010

A morte de Napoleão Bonaparte

Afinal Napoleão Bonaparte não morreu envenenado com arsénio. A conclusão, publicada pela revista "Il Nuovo Saggiatore", pode ser derradeira para a controvérsia em torno da morte do imperador francês, que historiadores, cientistas e escritores julgaram assassinado por guardas britânicos durante a prisão na Ilha de Santa Helena, depois derrota em Waterloo. Segundo os investigadores responsáveis pelo estudo, conduzido pelo Instituto Nacional Italiano de Física Nuclear (INFN), o nível de arsénio encontrado nas amostras de cabelo da altura não deixam de ser assustador.
Os investigadores utilizaram um reactor nuclear para testar o nível de arsénio em amostras de cabelo históricas, com mais de 200 anos, e em amostras contemporâneas cedidas por dez voluntários. Foram analisadas amostras de diferentes períodos da vida de Napoleão, desde a sua infância na Córsega, ao exílio na Ilha de Elba e ao dia da sua morte, a 5 de Maio de 1821.

Para haver um termo de comparação, a equipa analisou ainda amostras de cabelo do Rei de Roma, filho do imperador, recolhidas nos anos 1812, 1816, 1821, e 1826, e da imperatriz Josephine, aquando da sua morte em 1814.

As amostras foram colocadas em cápsulas e inseridas no núcleo do reactor nuclear. Segundo os investigadores, a técnica utilizada, conhecida por activação de neutrões, tem duas vantagens: não destrói a amostra e fornece resultados precisos mesmo perante amostras com pouca massa, como é o caso dos cabelos humanos.

Através desta técnica, verificaram que todas as amostras de cabelo continham vestígios de arsénio. Uma descoberta com contornos surpreendentes, dizem os investigadores, uma vez que o nível do elemento químico nas amostras do tempo de Napoleão era cem vezes maior do que nas amostras recolhidas nos dias de hoje.

No entanto, diz o estudo, as semelhanças entre o nível de arsénio encontradas nas amostras de cabelo das diferentes fases da vida de Napoleão e dos seus contemporâneos demonstraram que não se terá tratado de um envenenamento. Segundo os investigadores, os resultados das análises sugerem que, no século XIX, as pessoas absorviam do ambiente quantidades de arsénio que hoje seriam consideradas perigosas. 

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