Os anos de estudante são difíceis. O piano é o instrumento de moda, enquanto o violão perdeu seu prestigio anterior, caindo ao ponto mais baixo na escala de instrumentos. Sendo considerado inapropriado para os concertos, seu papel estava reduzido ao mero acompanhamento de cantores. Foi no mesmo Conservatório Nacional de Música onde, tendo visto a grande qualidade de Tárrega com o violão em um concerto, seu professor Arrieta o abraçou e lhe disse: "La guitarra te necesita, y tu has nacido para ella". Desde esse preciso instante, Tárrega abandona sua carreira de piano e se concentra exclusivamente em seu instrumento preferido. Durante o inverno de 1880, Tárrega substitui seu amigo e violonista Luis de Soria em um concerto em Novelda (Alicante), cidade onde conhece sua futura esposa, Maria Rizo. Sua fama começa a crescer e seu sentimento interpretativo cativa o publico. Em 1881 se muda para França. Depois de um maravilhoso concerto em Lyon, chega a Paris onde conhece as personalidades mais importantes da época. Atua em vários teatros, sendo convidado a tocar para a Rainha da Espanha, Isabel II, e prossegue sua viagem até Londres. Dali volta a Novelda para contrair matrimônio com sua prometida Maria Rizo. A nova família viaja à Madrid, onde sua primeira filha, Maria Josefa, nasce e logo falece. Depois se estabelecem em Barcelona, e desde então viajam a inúmeros lugares para oferecer seus concertos. Esse é o período de maturidade musical de Tárrega. Realiza freqüentes turnês: Perpiñán (França), Cádiz (Espanha), Niza (França), Mallorca (Espanha), Paris, Valencia. Em Valencia conhece uma dama que influenciaria sua carreira: Concha Martinez, rica viúva que o toma sob sua proteção artística, emprestando-lhe uma casa em Sant Gervasi (Barcelona). É ali que Tárrega compõe a maioria de suas mais famosas obras mestras. De volta de uma viagem a Granada escreve o trêmulo "Recuerdos de la Alhambra", e estando em Almería tem a inspiração para compor "Danza Mora". Em Almería conhece o compositor Saint-Saens e mais tarde, em Sevilha, escreve a maioria de seus "Estudos", dedicando a seu querido amigo e compositor Breton a bela composição "Capricho Árabe". No entanto, Tárrega não se sente satisfeito com o som que estava obtendo em seu violão e, aos 50 anos, em 1902, decide jogar com seu próprio prestigio, começando a cortar as unhas pouco a pouco até quase desaparecer por baixo da pele dos dedos, que se endurece até obter um doce som característico da sua escola. Continua seus grandes concertos: Bilbao na Espanha, Gênova, Milán, Florência, Nápoles y Roma na Itália. Neste país demonstra sua incomparável maestria, tal como reflete as crônicas, fazendo multidões de amigos e admiradores. Mas fora a fama não se pode trocar a personalidade de Tárrega. Homem sensível e carinhoso, segue abrindo as portas de sua casa a todos seus amigos sem ter em conta sua condição social. Tárrega era uma pessoa tímida que preferia os concertos de ambiente familiar, com um reduzido número de público aos grandes teatros. Esta forma de ser o fez gastar a maioria do dinheiro que tinha ganhado, até o ponto em que seu irmão Vicente o ajudou a superar as dificuldades dando aulas de violão aos alunos de Tárrega enquanto este viajava. Mas a sorte não estava do lado de Tárrega e em Janeiro de 1906 um derrame deixa paralítico a metade esquerda de seu corpo. A recuperação foi lenta e penosa. O largo tempo da enfermidade esvaziou os cofres familiares, e muitos de seus amigos demonstraram que o eram devolvendo-lhe os favores que os tinham feito Tárrega em tempos melhores. Assim, organizavam uma série de concertos bimestrais, as "Audições Tárrega", nas quais seus amigos pagavam ao mestre por suas interpretações. Tárrega se recupera e inicia de novo suas turnês. Em Outubro de 1908 sente saudades e volta a Castellón . Daí parte para Novelda em 1909, voltando a Valencia, Cullera e Alcoi para oferecer alguns concertos. Em Picanya compõe sua última obra, "Oremus", terminada em 2 de Dezembro. Em 3 de Dezembro se sente mal e volta a Barcelona, permanecendo em sua casa da rua Valencia até 15 de dezembro de 1909 de madrugada, quando falece. Seus restos repousam no cemitério de Castellón, onde pode-se visitar seu panteão.
Irei falar de tudo e do nada. Histórias e estórias. Coisas pensantes e desconcertantes. Fundado a 30 de Novembro de 2009 numa 2ª Feira
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sábado, 20 de novembro de 2010
Francisco de Asís Tárrega Eixea nasceu em Vila-real, em 21 de Novembro de 1852
Os anos de estudante são difíceis. O piano é o instrumento de moda, enquanto o violão perdeu seu prestigio anterior, caindo ao ponto mais baixo na escala de instrumentos. Sendo considerado inapropriado para os concertos, seu papel estava reduzido ao mero acompanhamento de cantores. Foi no mesmo Conservatório Nacional de Música onde, tendo visto a grande qualidade de Tárrega com o violão em um concerto, seu professor Arrieta o abraçou e lhe disse: "La guitarra te necesita, y tu has nacido para ella". Desde esse preciso instante, Tárrega abandona sua carreira de piano e se concentra exclusivamente em seu instrumento preferido. Durante o inverno de 1880, Tárrega substitui seu amigo e violonista Luis de Soria em um concerto em Novelda (Alicante), cidade onde conhece sua futura esposa, Maria Rizo. Sua fama começa a crescer e seu sentimento interpretativo cativa o publico. Em 1881 se muda para França. Depois de um maravilhoso concerto em Lyon, chega a Paris onde conhece as personalidades mais importantes da época. Atua em vários teatros, sendo convidado a tocar para a Rainha da Espanha, Isabel II, e prossegue sua viagem até Londres. Dali volta a Novelda para contrair matrimônio com sua prometida Maria Rizo. A nova família viaja à Madrid, onde sua primeira filha, Maria Josefa, nasce e logo falece. Depois se estabelecem em Barcelona, e desde então viajam a inúmeros lugares para oferecer seus concertos. Esse é o período de maturidade musical de Tárrega. Realiza freqüentes turnês: Perpiñán (França), Cádiz (Espanha), Niza (França), Mallorca (Espanha), Paris, Valencia. Em Valencia conhece uma dama que influenciaria sua carreira: Concha Martinez, rica viúva que o toma sob sua proteção artística, emprestando-lhe uma casa em Sant Gervasi (Barcelona). É ali que Tárrega compõe a maioria de suas mais famosas obras mestras. De volta de uma viagem a Granada escreve o trêmulo "Recuerdos de la Alhambra", e estando em Almería tem a inspiração para compor "Danza Mora". Em Almería conhece o compositor Saint-Saens e mais tarde, em Sevilha, escreve a maioria de seus "Estudos", dedicando a seu querido amigo e compositor Breton a bela composição "Capricho Árabe". No entanto, Tárrega não se sente satisfeito com o som que estava obtendo em seu violão e, aos 50 anos, em 1902, decide jogar com seu próprio prestigio, começando a cortar as unhas pouco a pouco até quase desaparecer por baixo da pele dos dedos, que se endurece até obter um doce som característico da sua escola. Continua seus grandes concertos: Bilbao na Espanha, Gênova, Milán, Florência, Nápoles y Roma na Itália. Neste país demonstra sua incomparável maestria, tal como reflete as crônicas, fazendo multidões de amigos e admiradores. Mas fora a fama não se pode trocar a personalidade de Tárrega. Homem sensível e carinhoso, segue abrindo as portas de sua casa a todos seus amigos sem ter em conta sua condição social. Tárrega era uma pessoa tímida que preferia os concertos de ambiente familiar, com um reduzido número de público aos grandes teatros. Esta forma de ser o fez gastar a maioria do dinheiro que tinha ganhado, até o ponto em que seu irmão Vicente o ajudou a superar as dificuldades dando aulas de violão aos alunos de Tárrega enquanto este viajava. Mas a sorte não estava do lado de Tárrega e em Janeiro de 1906 um derrame deixa paralítico a metade esquerda de seu corpo. A recuperação foi lenta e penosa. O largo tempo da enfermidade esvaziou os cofres familiares, e muitos de seus amigos demonstraram que o eram devolvendo-lhe os favores que os tinham feito Tárrega em tempos melhores. Assim, organizavam uma série de concertos bimestrais, as "Audições Tárrega", nas quais seus amigos pagavam ao mestre por suas interpretações. Tárrega se recupera e inicia de novo suas turnês. Em Outubro de 1908 sente saudades e volta a Castellón . Daí parte para Novelda em 1909, voltando a Valencia, Cullera e Alcoi para oferecer alguns concertos. Em Picanya compõe sua última obra, "Oremus", terminada em 2 de Dezembro. Em 3 de Dezembro se sente mal e volta a Barcelona, permanecendo em sua casa da rua Valencia até 15 de dezembro de 1909 de madrugada, quando falece. Seus restos repousam no cemitério de Castellón, onde pode-se visitar seu panteão.
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