Previsão do Tempo

sábado, 1 de fevereiro de 2014

O fado desconcertado - António Zambujo



Ensaiava eu meus fados
Quando entraste desabrida
Nós não estávamos zangados
Mas vi-te os olhos molhados
E o dedo apontado à ferida

Disseste que não te ligo  
Que até esqueci onde moro
Que só vejo o meu umbigo
E embora viva contigo  
É com o fado que namoro

Fiquei tão desconcertado  
Por te saber infeliz
Que, mesmo desafinado
Te pedi perdão num fado 
Por tanto mal que não fiz

Desde então, se estás carente  
De coração apertado
Passa sem medo entre a gente
E sentada à minha frente  
Pedes-me que cante esse fado

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