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domingo, 30 de maio de 2010

A 31 de Maio de 1232, é canonizado Santo António

A história de Santo António é quase da idade da história de Portugal. Oficialmente, o reino de Portugal teve a sua origem em 1139. Santo António teria nascido no dia 15 de agosto de 1195, pouco mais de cinqüenta anos da formação da identidade da nação lusitana.
Nascido Fernando Martins de Bulhões, em Lisboa, no local onde hoje existe a cripta da sua igreja. Fernando era filho de uma família de pequena nobreza, foi baptizado na Catedral de Santa Maria Maior, Sé de Lisboa. Aos 15 anos entrou para o mosteiro de São Vicente de Fora, pertencente à Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho.
Fernando, cónego professo, deixou Lisboa à procura de maiores conhecimentos teológicos, indo, aos 17 anos, para o mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, ordenando-se sacerdote, sendo-lhe destinado o cargo de irmão-porteiro. Teria sido em Coimbra que começara a preparação dos sermões. De volta a Lisboa, Fernando entrou em contacto com os frades mendicantes franciscanos, dessa aproximação, ele decidiu pelo seu projecto de vida, vencendo assim, a busca espiritual sobre a satisfação intelectual. Em 1220, Fernando Martins obteve autorização para passar de Cónego Regrante a Frade Menor, adoptando definitivamente o nome de António, em homenagem a Santo Antão Abade e Ermita.
É como frade menor, que António parte como missionário para o norte da África. Em 1222 já está em Assis, durante o primeiro Capítulo Geral dos Franciscanos ou Capítulo das Esteiras, iniciado no Pentecostes de 1221. Investido pelo próprio São Francisco, que lhe chamou seu Bispo, percorreu o norte da Itália e o sul da França, com a missão de pregar e ensinar aos frades.
Já doente, em Pádua, António reiniciou o ensino e a escrita dos seus Sermões Dominicais e Festivos. Em 1230 a debilitação da sua saúde obriga-o a pedir dispensa do cargo no Capítulo de Assis. Em 1231, morre a caminho de Pádua, em Arcella, numa sexta-feira de 13 de junho. A sua morte traz uma comoção entre a população, que lhe velam o corpo por cinco dias, sendo enterrado apenas na terça-feira, dia que foi definitivamente consagrado ao santo. Desde então, ficou a ser conhecido como Santo António de Pádua, só sendo conhecido como Santo António de Lisboa nos países de língua portuguesa.
A canonização de Santo António aconteceu em maio de 1232, sendo a mais rápida da história da igreja romana, que lhe valeu uma menção no Guiness Book. Em 1934 o papa Pio XI proclamou o santo o segundo padroeiro de Portugal, ao lado de Nossa Senhora da Conceição. Em 1946, o papa Pio XII declarou-o Doutor da Igreja Católica. Com o correr dos séculos, os lisboetas passaram a cultivar seu santo nativo, popularizando o seu culto, que ofuscou o culto a São Vicente. Santo António foi proclamado pelo povo de Lisboa como o santo padroeiro. Para a igreja católica portuguesa, oficialmente São Vicente é o santo padroeiro da cidade de Lisboa. A perda de identidade deste santo com a população deve-se ao facto de Santo Antônio ter nascido em terras lusitanas, tornando-se uma das figuras mais importantes da história portuguesa. Mais de 800 anos se passaram do nascimento de Santo António, tempo suficiente para o esquecimento a São Vicente, só revelada no registo do brasão de Lisboa, que traz o corvo como símbolo. Este desencontro histórico entre o padroeiro real e o padroeiro eleito pelo povo, acirra-se à medida que o tempo passa. Enquanto isto, Lisboa vive o ludismo religioso de ter os seus dois santos padroeiros.

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